Avaliação do deslocamento axial e perda de torque de pilares protéticos tipo Morse, de diferentes conicidades angulares, aos seus respectivos implantes
Resumo
O objetivo do presente estudo foi avaliar o deslocamento axial e perda de torque de pilares protéticos com conexão tipo Morse de diferentes conicidades angulares, após ciclagem termomecânica, por meio de microtomografia computadorizada (µCT) e torquímetro digital, respectivamente. No delineamento experimental adotou-se, como fatores de variação, 3 implantes de mesmo diâmetro (3,5 mm) e comprimento (11,5 mm), com conexões tipo Morse de diferentes conicidades angulares (ACM= 11,5º -
Alvim Cone Morse, HGM=16,0º - Helix Gran Morse e NRC=24,0º - Nobel Replace Conical Conection), com seus respectivos parafusos passantes e coroa unitária de zircônia. Os implantes (n=6) foram incluídos em cilindros de PVC e os pilares foram instalados com torque recomendado pelo fabricante e, após 10 min, foi mensurado o valor do destorque inicial. Foram confeccionadas coroas protéticas em zircônia monolítica, por meio do sistema CAD/CAM, simulando um canino superior, e
cimentadas sobre os pilares com cimento provisório. Os três conjuntos foram microtomografados e com as imagens foram obtidas a distância entre a plataforma do implante e o término da cinta do pilar protético, antes e após a ciclagem termomecânica, para possibilitar o cálculo do deslocamento axial dos pilares em relação aos implantes. Para a realização da ciclagem termomecânica foi utilizada máquina de fadiga mecânica por mastigação, com aplicação de força de 100 N, inclinação de 30º em relação ao longo eixo do implante na região do cíngulo da coroa, 1.000.000 de ciclos e frequência de 2,0 Hz. Após a realização da ciclagem termomecânica, os conjuntos implante/pilar/coroa foram novamente microtomografados e, em seguida, suas coroas removidas para executar o destorque final e cálculo da perda de torque dos pilares. Verificada a normalidade da distribuição amostral dos fatores, foi aplicado o teste paramétrico de Análise de Variância, ANOVA a um fator, e teste post-hoc de Tukey, com nível de significância de 5%. Os resultados demonstraram que o pilar protético ACM apresentou o maior valor médio de deslocamento axial (116,80 ± 72,48 μm), sendo estatisticamente diferente (p<0,05) do grupo NRC, que apresentou o menor valor médio de deslocamento axial dos 3 grupos (42,70 ± 8,66 μm). O grupo HGM (63,30 ± 26,09 μm) demonstrou ser estatisticamente semelhante aos outros 2 grupos (p>0,05). Não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos, para a perda de torque inicial (antes da ciclagem termomecânica) dos 3 tipos de pilares protéticos aos seus respectivos implantes: ACM= 6,10 ± 6,30%, HGM= 9,00 ± 2,98%, NRC= 7,53 ± 5,48%. Da mesma forma, não houve diferença estatisticamente significante (p>0,05) entre os grupos, para a perda de torque final (pós-ciclagem termomecânica) dos 3 tipos de pilares protéticos aos seus respectivos implantes: ACM= 40,65 ± 8,25%, HGM= 35,67 ± 7,75%, NRC= 37,95 ± 9,60%. Concluiu-se que quanto menor o ângulo de conicidade do pilar protético tipo Morse, maior seu deslocamento axial no implante e que os diferentes ângulos de conicidade dos pilares protéticos tipo Morse não influenciaram nas perdas de torques inicial e final.