Efeito do ultrassom na resistência de união de cimentos reparadores inseridos na área de furca de molares inferiores
Resumo
O objetivo neste estudo foi avaliar, por meio do teste de push out, a influência de diferentes técnicas de manipulação na resistência de união de cimentos reparadores à dentina da região de furca. Sessenta molares inferiores tiveram suas coroas seccionadas 3 mm acima da junção amelocementária para mimetizar a cirurgia de acesso aos canais radiculares. Em seguida as raízes foram estabilizadas em morsa e, com auxílio ponta diamantada montada em peça reta e esta acoplada ao delineador, foram confeccionadas as perfurações no centro do assoalho pulpar. Após isso, os dentes foram incluídos em recipiente cilíndrico preenchidos com massa densa de silicone de condensação, para então serem distribuídos em três grupos (n=20), de acordo com o cimento reparador avaliado: MTA, MTA Repair HP e Biodentine e divididos novamente de acordo com a técnica de manipulação: convencional e ultrassônica. Após a manipulação os cimentos foram inseridos na perfuração e os corpos de prova foram mantidos por 24h em estufa. Decorrido esse período os espécimes foram submetidos ao teste de push out em máquina universal de ensaios. ANOVA two way demonstrou haver diferença estatisticamente significante (p0,05) na interação desses fatores. O teste de Tukey revelou que o cimento Biodentine (5,31±0,51) apresentou os maiores valores médios, diferente (p<0,05) de MTA (3,71±0,85) e MTA Repair HP (1,98±0,43). A manipulação ultrassônica (3,89±1,48) obteve os maiores valores, estatisticamente diferente (p<0,05) da manipulação convencional (3,44±1,52). Conclui-se que a metodologia foi adequada para avaliação da resistência de união na região de furca, por meio do teste de push out. O cimento Biodentine obteve os maiores valores de resistência de união à dentina e a técnica de manipulação ultrassônica interferiu na resistência de união dos cimentos à base de silicato de cálcio à dentina.