| dc.description.abstract | O objetivo desse estudo foi avaliar o efeito da contaminação por sangue e do protocolo de limpeza dentinária na porosidade e resistência de união de cimentos à base de silicato de cálcio e aluminato de cálcio à dentina radicular. Incisivos inferiores bovinos foram seccionados para a obtenção de 195 discos de 2 mm de espessura da porção apical. Foi realizado o preparo dentinário com ponta diamantada tronco cônica e as amostras foram divididas em cinco grupos de acordo com a condição dentinária: sem contaminação (controle negativo - CN); contaminação por sangue (controle positivo - CP); contaminação por sangue e limpeza com soro fisiológico (SF); contaminação por sangue e limpeza com NaOCl 2,5% + soro fisiológico (Na); contaminação por sangue e limpeza com NaOCl 2,5% + EDTA 17% + soro fisiológico (NaE). Cada grupo foi subdividido de acordo com o cimento utilizado para a obturação: agregado trióxido mineral (MTA), cimento de aluminato de cálcio (CAC), CAC+colágeno (CACc) (n=13) para o total de 15 subgrupos. Dez amostras foram escaneadas em microtomografia computadorizada (micro-CT) para análise da porosidade do material previamente ao armazenamento. CN foi mantido em umidade (9 trocas de água deionizada) a 37ºC durante 28 dias e os grupos contaminados mantidos em sangue (9 trocas de sangue) a 37ºC durante 28 dias. As amostras foram novamente escaneadas em micro-CT para análise da porosidade do material após o armazenamento. Após serem escaneadas, as mesmas amostras de cada subgrupo foram submetidas ao teste push out em máquina de ensaio universal com velocidade de 1 mm/min. A análise do tipo de falha foi realizada com auxílio de lupa estereoscópica em aumento de 25×. Três amostras de cada subgrupo foram analisadas por espectroscopia por energia dispersiva de raio-x (EDS-X) para análise da composição química e microscopia eletrônica de varredura (MEV) para análise qualitativa da superfície e interface de união. Os dados de porosidade e
resistência de união foram analisados por ANOVA two-way e pós teste de Tukey (α = 0,05). Os dados da composição química e morfologia foram analisados qualitativamente. MTA apresentou porosidade inferior ao CAC (p = 0,02) e superior ao CACc (p < 0,001) que, por sua vez, foram semelhantes entre si (p > 0,05). O contato com o sangue, independente do protocolo de limpeza e
cimento avaliado, apresentou valores de porosidade significativamente maiores que os observados para CN (p < 0,001). Os valores de porosidade de CP e NaE foram semelhantes entre si (p = 1,00) e maiores que os demais grupos (p < 0,001); SF apresentou valores superiores à Na (p = 0,003). Para resistência de união, MTA foi semelhante à CACc (p = 0,777) e menor que
CAC (p = 0,028), que por sua vez foi semelhante ao CACc (p = 0,142). Na comparação da condição dentinária, foi observado que o contato com o sangue, sem nenhum protocolo de limpeza, apresentou valores de resistência de união significativamente menores que as amostras sem contaminação (p < 0,001). SF e Na foram semelhantes entre si (p = 0,969), maiores que CP e menores que CN (p < 0,001). NaE apresentou valores semelhantes à CP (p = 0,995) e menores que os demais grupos (p < 0,001). Nenhuma das amostras analisadas, tanto na superfície quanto na interface, apresentou valores de relação Ca/P semelhantes à hidroxiapatita humana. Foi observado superfície irregular, sem a presença de precipitados cristalinos sobre os cimentos analisados, nas diferentes condições dentinárias. Na avaliação da interface, apenas as amostras de Na evidenciaram estruturas cristalinas sobre a dentina. Conclui-se que contaminação com sangue aumentou a porosidade e reduziu a resistência de união dos cimentos à base de silicato de cálcio e aluminato de cálcio e a limpeza da cavidade com NaOCl 2,5% reduziu a porosidade e aumentou a
resistência de união dos cimentos à dentina radicular. | pt_BR |
