A atuação do psicólogo frente à situação de morte encefálica e solicitação de doação de órgãos e tecidos: uma revisão integrativa da literatura
Resumo
O profissional de psicologia trabalha diretamente nos processos de mortes e perdas, sendo estes parte da realidade humana de difícil compreensão. A concepção de morte, ao longo dos anos, vem sofrendo muitas mudanças e, frente ao conceito de Morte Encefálica (ME), há uma necessidade evidente de seguir protocolos que respondam biológica, ética e legalmente à atuação dos profissionais envolvidos no processo. Por isso, atualmente, a ME é confirmada por dois exames clínicos e um exame complementar, seguindo a Lei n° 9434 de 1997 e a recente Resolução n° 2173/17. Nesse sentido, este estudo teve por objetivo descrever a atuação do psicólogo em situações de ME e solicitação de doação de órgãos e tecidos, bem como busca compreender o sentido dessa participação para as equipes e familiares envolvidos. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura que buscou detalhar os aspectos ligados à temática envolvendo a psicologia, ME e solicitação de doação de órgãos e tecidos, para um melhor conhecimento do que tem sido produzido sobre o assunto. A compreensão dos dados foi pautada nas seguintes questões norteadoras: quais as atividades desempenhadas pelo psicólogo em situação de ME e solicitação de doação de órgãos e tecidos?; qual a função desse profissional na equipe?; o que tem sido publicado a este respeito em bases indexadas de literatura científica? Os resultados foram obtidos pelo cruzamento dos descritores selecionados, aplicação dos critérios de inclusão e exclusão, durante o ano de 2008 a 2018, resultando em 4 artigos. A discussão trouxe a importância do psicólogo na situação de solicitação de doação de órgãos e tecidos, identificando escassez de produção científica sobre a atuação do psicólogo nesse cenário.