| dc.description.abstract | A ansiedade patológica é um distúrbio neurológico que afeta milhares de pessoas em todo o mundo, sendo caracterizada por sintomas bem definidos e que trazem vários transtornos ás pessoas que dela padecem. Com efeito, é importante que pacientes recebam tratamento que seja adequado e de fato efetivo. A planta Achyrocline satureioides (Lam.) DC. – Asteraceae tem sido tradicionalmente utilizada como ansiolítica, sedativa e calmante natural, sendo abundante em todo território brasileiro. Nos estados do sul do país, e especialmente no Rio Grande do Sul, suas inflorescências são colhidas para compor o estofo de travesseiros e estofados, na tentativa de diminuir a ansiedade e tranquilizar o sono, fortalecendo assim sua importância na medicina popular. Entretanto e apesar de seu uso disseminado para os propósitos supracitados, nenhuma comprovação científica destes efeitos, incluindo, pois, o efeito ansiolítico, tem sido rigidamente relatada. Assim, o objetivo deste trabalho foi o de investigar o uso popular do óleo essencial de inflorescências de A. satureioides, com ênfase especial em seu potencial efeito ansiolítico. Para dados, foram utilizados os ensaios do Labirinto em Cruz Elevado (LCE), do Campo Aberto (Open Field), o teste Claro-Escuro e o Rotarod, todos classicamente envolvidos na validação farmacológica de ativos potencialmente ansiolíticos. Nossos resultados, envolvendo a administração do óleo essencial de A. satureioides via intracerebroventricular (i.c.v.) em ratos, comprovaram a ausência de efeito ansiolítico significativo para as diferentes doses do óleo testadas, ao mesmo tempo em que não foram observados nas condições experimentais de estudo: perda da atividade motora, efeito catatônico, sedação ou prejuízo no desempenho geral dos animais sob análise neuroetológica. O óleo em estudo foi obtido hidrodestilação e submetido à Cromatografia Gasosa acoplada de Espectrometria de Massas (CG-EM) para caracterização/marcação fitoquímica, que mostrou ser o mesmo bastante rico em alfa-pineno (45,49%), o que está de acordo com o relatado na literatura científica. Finalmente, o trabalho apresenta marcado interesse etnofarmacológico e epidemiológico, pois evidencia dados contrários ao uso popular do óleo da planta, sobretudo na forma de aromaterapia, ao menos nas nossas condições experimentais. Isto é imperativo na oferta de alternativas terapêuticas que sejam de fato validadas e efetivas no tratamento sucedâneo ou complementar da ansiedade, em que pese a necessidade de maiores estudos. | pt_BR |
