| dc.description.abstract | Para a efetiva gestão dos recursos hídricos, o conhecimento das interações existentes entre as águas superficiais e subterrâneas é condição essencial. No Brasil, a Política Nacional de Recursos Hídricos, Lei 9.433/1997, em seus fundamentos, ao se referir à gestão integrada dos recursos hídricos, considera a unidade do ciclo hidrológico como requisito necessário ao planejamento e uso das águas. Observa-se, em um cenário crescente de utilização dos recursos hídricos, o excessivo uso das águas subterrâneas em relação as águas superficiais, tal fato se atribui aos aquíferos constituírem importantes fontes de abastecimento em muitas bacias hidrográficas, sobretudo quando as águas superficiais apresentam cenários de escassez ou de poluição. Outrora as modificações do uso da terra, associados as captações desordenadas da água subterrânea podem ocasionar a redução dos fluxos de base dos rios, cujas consequências afetam a relação entre as águas subterrâneas e superficiais em uma bacia hidrográfica. Para tanto, torna-se estratégico o conhecimento das áreas de recarga de aquífero em uma bacia hidrográfica e posterior proteção com vistas a sustentabilidade da região, tendo em vista que o processo de recarga é essencial para a dinâmica entre os compartimentos hídricos. Assim, este trabalho teve como objetivo desenvolver uma proposta metodológica, com base na definição de critérios técnicos, que levem a determinação de Áreas Estratégicas de Gestão - AEG com vistas a conservação, uso e manutenção das disponibilidades dos recursos hídricos de uma bacia hidrográfica, tendo como estudo de caso as bacias hidrográficas dos rios Lontra e Corda, afluentes do Rio Araguaia, localizadas na região norte do Estado do Tocantins. Tendo em vista a falta de informações hidrogeológicas existentes nas bacias e a importância de se conhecer as áreas potenciais de recarga subterrânea, adaptou-se a metodologia proposta por Melo Neto et. al (2013) onde foram acrescidas informações referentes aos índices pluviométricos das áreas estudadas. As bacias apresentaram um potencial de recarga subterrânea, totalizando 44,10% de suas áreas classificadas como médio e alto potencial. A proposta metodológica para determinação de áreas estratégicas, para fins de uso e conservação dos recursos hídricos das bacias hidrográficas foi fundamentada a partir da integração de informações básicas, originadas do plano de informação utilizado para caracterização das potenciais áreas de recarga. Os temas utilizados foram potencial de recarga subterrânea; geologia; solos; declividade; localização dos poços e uso da terra. Definiu-se quatro Áreas Estratégicas de Gestão: Área Estratégica I (Proteção Imediata), Área Estratégica II (Restrição e Controle), Área Estratégica III (Prevenção) e Área Estratégica IV (Proteção de Poços destinados ao Abastecimento Doméstico). A Área Estratégica II está presente em 64,67% da área das bacias, sendo necessária a adoção de medidas que visem a restrição e controle das atividades. Os resultados foram apresentados, e se aplicados em áreas onde o conhecimento hidrogeológico é incipiente, apresentam-se como uma alternativa técnica de apoio aos gestores de recursos hídricos, com a finalidade de se evitar a insegurança hídrica em uma bacia hidrográfica. | |
