A vivência no percurso entre a escolha profissional pelo curso de medicina e a atuação como médico especialista: significados e experiências
Resumo
De acordo com o Conselho Federal de Medicina, em 2017, o país conta com aproximadamente 437.214 médicos ativos. Observa-se que a escolha profissional combina aspectos individuais inatos, formas de satisfazer interesses e necessidades que sofrem influência das interações ambientais. Sabe-se que o cuidar de pessoas requer vocação, preparo, incentivo, dedicação e humanização. Tantas evidências tornam-se suficientes para se dedicar maior atenção à formação do médico e suas vivências como médico especialista. Utilizando a abordagem fenomenológica em Psicologia, esse estudo teve como objetivo geral compreender a vivência do médico, através do seu discurso, no percurso entre a escolha profissional pelo curso de medicina e o tornar-se médico especialista. A amostra foi composta por cinco médicos especialistas, atuantes na cidade de Catanduva, no ano de 2016. Por meio da entrevista fenomenológica, buscou-se chegar às experiências vividas pelos participantes durante sua trajetória profissional. A análise de dados teve início com a leitura das descrições; posteriormente, ocorreu a delimitação das partes em unidades de significado psicológico e, na sequência, a transformação das unidades de linguagem do senso comum em expressões de significado em Psicologia. A análise foi finalizada com a descrição da estrutura psicológica geral da experiência vivida pelos participantes. Os resultados indicaram que o “ser médico” transcende os aspectos técnicos e científicos. O médico, na atualidade sofre, sente, aprende, erra, acerta, sonha, se frustra e, de maneira singular, procura ser entendido e compreender o seu papel diante de um mundo em movimento.